terça-feira, 2 de dezembro de 2014

Eu me lembro?

Ainda guardo na memória lembranças há muito vividas.
Algumas boas, outras nem tanto, mas que me tornaram o que eu sou.
E surpreende-me que experiências, embora, antigas
possam ser lembradas com riqueza de detalhes e renovado vigor.

Mas me intriga e me perturba. Como pode ser tão seletiva
esta que é tão hábil quando assim o quer?
Indagam-me sobre fatos dos quais nem sonho lembrar.
Quero recordar-me de atos, para contra-argumentar.

Oxalá pudesse eu ao menos escolher o que guardar
e usar a meu favor todo o potencial das lembranças.
Citar discursos, lembrar promessas, aplicar equações...

Mas não me entenda mal, sou grata pelo que lembro e sei.
Apenas ouso pensar nas possibilidades de melhor usar a mente.
Ó, indomável memória, quisera eu saber te controlar.

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