domingo, 23 de fevereiro de 2014

Somos seres humanos

Estou querendo escrever sobre isso há um bom tempo... O próprio rascunho da postagem já está rolando há semanas. Bem típico de mim. A motivação veio um pouco porque tenho reparado muito nas minhas limitações ultimamente. Aí, na virada do ano, vi várias publicações com restrospectivas 2013 e metas para 2014 e pensei em escrever sobre esse tema e aproveitar e fazer a minha "retrospectiva" (pra terem noção de quanto tempo faz que tenho pensado nisso).

Desde o ano passado, tenho sofrido muito querendo melhorar várias coisas em mim. E acho que acontece da mesma forma para maioria das pessoas. Você quer mudar, se propõe a fazer melhor e acaba falhando de novo, muitas vezes, da mesma forma que antes. Isso causa muita tristeza. E numa das vezes em que pensava sobre isso, me sentindo a pior pessoa do mundo por cometer os mesmos erros, fui lembrada de uma coisa da qual não deveria ter esquecido: SOMOS SERES HUMANOS. Querendo ou não, somos imperfeitos, sujeitos a falhas. Isso é característica de nossa humanidade. Já dizia São Paulo em sua carta aos Romanos: "Porque não faço o bem que quero, mas o mal que não quero esse faço." (Rm 7,19) Quem conhece um pouco da história de São Paulo sabe o tanto que ele fez. Nessas horas eu penso: "Cara, era São Paulo. Se ele passou por isso, por que eu não posso?" É exatamente assim que me sinto muitas vezes. Fazendo o mal que não quero e não fazendo o bem que quero.

Mas tem uma outra coisa que também é característica de nossa humanidade que também não podemos esquecer. Temos a capacidade de continuar tentando. Não estamos prontos. Estamos em desenvolvimento, aprendemos a cada experiência. Cada novo dia é uma oportunidade e é a isso que temos que nos agarrar. Ter esperança, sempre. Erros, continuaremos cometendo. Não somos perfeitos. Mas temos que superá-los e seguir em frente. Aceitar as nossas limitações, saber perdoar a si mesmo, não deixar que os defeitos sejam tudo o que vemos em nós mesmos mas saber também reconhecer as qualidades e os avanços feitos. Saber que "meio caminho está tão longe da chegada" e se não continuarmos o percurso não saberemos o que nos aguarda no final.

Com relação ao ano de 2013, outro dia achei uma folha na qual eu tinha escrito uma lista de coisas que queria fazer neste ano. Confesso, que perdi a noção e tinha muita coisa naquela lista e, é claro, não fiz nem metade. Uma das coisas que queria fazer e consegui, mesmo que parcialmente, foi participar do Desafio Literário. Li 10 livros mas só fiz duas resenhas e ficou faltando cumprir a leitura de três temas. Seguindo os temas do desafios me proporcionou leituras diferentes e muito boas. Essa foi uma das coisas que gostei muito em 2013. Li bastante e me lembrei de o quanto gosto de fazer isso. Pretendo, mesmo que em atraso, concluir as leituras e fazer as resenhas. Teve a JMJ que foi uma experiência única. Tive muita dificuldade no doutorado e percebi o quanto ainda preciso melhorar e me empenhar nele. Começou a cair a ficha do quão difícil é e quanta dedicação é necessária. Meu 2014 deve ser mais focado nele.

Pra 2014, decidi não fazer a lista. Percebi que isso não funciona muito comigo. Minha meta é principalmente SER MELHOR. Isso é bem difícil mas pretendo me esforçar. Sempre dá uma desanimada quando a gente volta naquela falha antiga ou regride depois de ter avançado. Mas vi uma definição de otimista muito boa que pode nos ajudar a encarar isso melhor:


Encerro deixando uma música que resume bem esse desafio que é encarar os nossos erros e aceitar as nossas limitações.


Ao coração - Pe. Fábio de Melo

Deus me entregou bem mais do que mereço
talvez seja por isso
que eu me cobre um pouco mais
não que eu não seja capaz
mas, às vezes é difícil

Nem sempre sei fazer o bem que eu desejo
e, às vezes, eu me vejo
me enganando sempre mais
não que eu não queira acertar
mas nem sempre é possivel

Já me condeno tanto
pelos erros que na vida cometi
pelas vezes que eu não soube decidir
e assim, meu coração gritava
desespero de quem ama
coração, tu que estás dentro em meu peito
me condenas desse jeito
e eu não sei por qual motivo
se és divina voz em mim
só te peço, por favor, eu sou humano
não me condenes assim

Humano eu sou assim: virtudes e limites
se agora me permites
eu pretendo ser feliz
sem prender-me ao que não fiz
mas olhando o que é possivel

A dor que, às vezes, vem
me faz feliz também
pois nela me recordo
o valor que tem a cruz
quando a noite esconde a luz
Deus acende as estrelas


quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

O amor e o perdão


Escrevi esse texto há muitos anos atrás e já cheguei a publicá-lo no meu blog anterior. Estava querendo publicar algo por aqui mas estou enrolando para terminar o que estava escrevendo então pensei que seria uma boa partilhar esse texto. Espero que gostem...


O amor é o maior e o mais belo dos sentimentos, sem amor de nada vale o que fazemos. A Bíblia nos diz em I Coríntios 13 que “o amor é paciente, o amor é benigno, não é invejoso; o amor não é orgulhoso, não se envaidece; não é descortês, não é interesseiro, não se irrita, não guarda rancor; não se alegra com a injustiça mas regozija-se com a verdade; tudo desculpa, tudo crê, tudo espera, tudo suporta.”

Deus é amor e nos criou para que sejamos sua imagem e semelhança, por isso, se Deus é amor a nossa vocação é sermos amor. Pelo pecado de Adão e Eva, fomos afastados do amor de Deus, e mesmo assim Ele não nos esqueceu e nem desiste de nós, pelo contrário, envia seu filho para morrer pela nossa Salvação “Com efeito, de tal modo Deus amou o mundo, que lhe deu seu Filho único para que todo o que nele crer não pereça, mas tenha vida eterna” (Jo 3,16)

 Jesus é a manifestação do amor do Pai e, como não podia ser diferente, espalha esse amor e pede que nos amemos a todo momento “Amai-vos uns aos outros, como eu vos amo. Ninguém tem maior amor do que aquele que dá a vida por seus amigos”(Jo 15,12-13). Jesus não pára por aí, é ainda mais específico e pede que amemos os que não nos amam, Ele diz: “Amai os vossos inimigos, fazei o bem aos que vos odeiam. Se amais os que vos amam, que graça alcançais? Pois até mesmo os pecadores amam aqueles que os amam.”(Lc 6,27.32). Você deve ter pensado ‘mas, eu sou pecador’, mas você  não nasceu para o pecado, nasceu para ser imagem e semelhança de Deus e, por ter consciência disso, Ele não se refere a você e sim, àqueles que não conhecem o amor de Deus e os seus mandamentos. É vontade de Deus que vivamos no amor e, por isso, devemos nos esforçar para isso.

Mas, o que o amor tem a ver com o perdão?

Se você não ama, você não pode perdoar. Para quê eu vou querer perdoar alguém, se eu não tiver a menor consideração por essa pessoa? Vou pensar logo: ‘Ah! Ele tem é que pagar pelo que fez’, no entanto, não é isso que Deus nos mostra. Quando Adão e Eva pecaram, Deus perdoou-os porque os amava e também já amava todos os que viriam depois deles, e manifestou o seu perdão enviando-nos a Salvação. A própria Palavra relaciona o amor com o perdão “... ao que pouco se perdoa, pouco ama.”(Lc 7,47). Como Jesus nos fala para amarmos, também nos fala para perdoarmos. Quando Pedro pergunta se deve perdoar o pecado do irmão até sete vezes, Jesus responde: “Não te digo até sete vezes, mas setenta vezes sete.”(Mt 18,22). Jesus também nos mostra como devemos agir mediante o pecado do próximo: “Se teu irmão pecar, repreende-o; se se arrepender, perdoa-lhe” (Lc 17,3).

Deus nos mostra exatamente o que devemos fazer para sermos felizes, basta que nos deixemos guiar pelo seu infinito amor. Todos nós somos filhos de Deus e devemos viver como irmãos.