Ser RIO ou ser MONTANHA?

Algumas vezes acho que gostaria de ser RIO. Saber me mover com fluidez, levado pelo vento. Ao longo da caminhada, desviar dos obstáculos sem nunca desanimar. Ser mais profundo, entrar em contato, me deixar moldar. Ir ao encontro dos outros (rios) e reconhecer o momento em que preciso me despojar de mim mesmo para me tornar algo maior, ser oceano.

Outras vezes, quero ser MONTANHA. Poder chegar mais alto, os céus alcançar. Olhar de longe pois, às vezes, tudo o que preciso é de uma visão geral. Observar o todo, para compreender as partes que sozinhas não fazem sentido. Me manter sempre forte, firme, não importando o quanto ventos e tempestades tentem me derrubar. Aproveitar o isolamento para refletir. Conhecer mais sobre mim mesmo, me entender melhor e me valorizar mais, me amar mais.

Mas, na verdade, bom mesmo seria ser RIO e MONTANHA. Ter o melhor de cada um e saber aceitar os defeitos e dificuldades porque, afinal, ninguém é perfeito. Saber reconhecer em que momentos é preciso enxergar o todo e em que momentos é preciso reparar nos detalhes, se aprofundar. Saber estar junto mas também reconhecer os frutos alcançados com a solidão. Resistir mas também se deixar levar. Se manter mas também se entregar...