quinta-feira, 24 de fevereiro de 2022

Resenha: Heartstopper - Volume 2 - Alice Oseman (DLL22: livro que termine em um dia)

Terceira resenha de fevereiro pro Desafio Literário Livreando (DLL22)! Já estava para ler esse série há algum tempo por recomendação de uma amiga que amou e porque gostei muito de ter lido Loveless que foi escrito pela mesma autora. Li o primeiro livro na semana passada e já estou apaixonada. E, como devorei esse segundo volume, resolvi aproveitá-lo para esse tema.

ALERTA: Pode conter spoiler do volume 1

Heartstopper - volume 2 dá continuidade aos acontecimentos que encerraram o volume anterior, mostrando as reações de Nick e Charlie após o seu primeiro beijo e como isso afeta a relação dos dois.

Preciso começar dizendo que essa série é a coisa mais fofa que existe. Sério, gente. É muito fofo! Nick e Charlie são muito fofos!

Nesse segundo volume, o foco maior é no processo de autodescoberta do Nick. Ele está tentando entender melhor sua sexualidade e recebe todo o apoio necessário do Charlie. A questão do apoio e as amizades (as verdadeiras e as tóxicas) estão bem presentes na história.

Estou amando acompanhar a jornada desses dois e já estou ansiosa para ler o próximo volume.

Resenha: O circo da noite - Erin Morgenstern (DLL22: livro que ganhou um prêmio literário estrangeiro)

Segunda resenha de fevereiro pro Desafio Literário Livreando (DLL22)! Li esse livro junto com minhas amigas. Queria aproveitá-lo pro DLL e, pesquisando sobre ele, vi que ganhou um Alex Award da American Library Association e o 2012 Locus Award for Best First Novel, então, resolvi encaixá-lo nesse tema de livro premiado.

O circo da noite proporciona uma experiência única aos seus visitantes com atrações encantadoras e misteriosas mas, mais do que um espetáculo para o público, ele também é a "arena" onde uma competição acontece, e isso pode trazer consequências a todos os envolvidos...

Confesso que sabia pouco sobre o livro quando comecei a leitura e não me arrependo disso. Depois vi que a sinopse disponível na Amazon, por exemplo, já adianta muitos pontos da história que eu gostei de ir descobrindo aos poucos ao longo da leitura. Eu já fui uma pessoa que corre atrás de spoilers mas, cada vez mais, tenho valorizado o elemento surpresa.

Ao longo do livro, a autora intercala diferentes períodos de tempo (passado e presente), mostrando o circo em funcionamento, os elementos que levaram a sua construção, todo planejamento e preparação. Eu ficava intrigada toda vez que aparecia um personagem diferente porque ficava curiosa pra saber qual o seu papel na história e como as "peças" encaixariam no final. E tudo se amarrou direitinho.

O ambiente do circo é mágico (literalmente) e, muitas vezes, a vontade é de estar nesse cenário. Como uma boa fã de fantasia, amei como a magia é uma parte essencial da história. Curti a interação entre os competidores, as indiretas e as diretas. Gostei muito do livro, mas fiquei com um gostinho de quero mais. Queria que tivesse um pouco mais do que aconteceu depois dos eventos do final do livro.

Alguns dos meus trechos favoritos:

"Temos que empregar esforço e energia em qualquer coisa que desejemos mudar."

"Os mais finos prazeres são sempre os inesperados."

"Não é possível tirar o livre-arbítrio de ninguém, essa foi a minha primeira lição."

"Você não é um predestinado ou eleito. Até gostaria de dizer que é, se isso tornasse as coisas mais fáceis, mas não seria verdade. Você só está no lugar certo na hora certa, e tem boa vontade para fazer o que precisa ser feito. Às vezes, isso é o bastante."

"o futuro nunca está gravado em pedra."

"Pela minha experiência, a maioria das donzelas é perfeitamente capaz de se resgatar sozinha, ao menos as que valem a pena."

"As feras tomam diferentes formas e são difíceis de reconhecer pelo que são."

"Bem e mal são muito mais complexos do que uma princesa e um dragão, ou do que um lobo e uma garotinha de capuz vermelho. E o dragão não é o herói da própria história? O lobo não está simplesmente se comportando como um lobo?"

"As histórias mais verdadeiras requerem tempo e familiaridade para se tornarem o que são."

"Existe magia nisso. Está nas pessoas que ouvem, e será diferente para cada ouvido, e vai afetá-las de formas que nunca poderão prever. Desde o mundano até o mais profundo. Você pode contar uma história que passe a morar na alma de alguém, se transforme em seu sangue e propósito. Essa história vai motivar e impulsionar e quem sabe o que ela poderá fazer por causa disso, por causa das suas palavras."

terça-feira, 22 de fevereiro de 2022

Resenha: Wild Seed - Octavia E. Butler (DLL22: livro escrito e protagonizado por mulher negra)

Primeira resenha de fevereiro pro Desafio Literário Livreando (DLL22)! Conheci o trabalho da Octavia E. Butler quando li Kindred e virei fã. A meta é ler todos os seus livros. Wild Seed é o quinto livro da autora que leio e foi o escolhido pro tema "escrito e protagonizado por mulher negra".

Em Wild Seed, temos o encontro entre Anyanwu e Doro, dois imortais com poderes peculiares. Doro tem um projeto de reprodução através do qual busca criar seres sobre-humanos e pretende usar Anyanwu para seus propósitos, mas ela também tem suas convicções e as coisas não serão tão simples...

Eu li o livro em inglês, mas ele foi lançado no Brasil em 2021 com o título de "Semente Originária".

Eu gosto muito da escrita da Octavia. Acho os livros dela muito fáceis de ler: começo e a vontade é de não parar. Gosto da maneira como ela vai apresentando as coisas aos poucos, gosto de como ela constrói personagens complexos e com características que me levam a refletir, gosto de como ela me surpreende e nunca segue pela linha que estou esperando. E Wild Seed me surpreendeu de muitas maneiras e em diversos momentos.

Anyanwu é a nossa protagonista negra. Ela é uma mulher forte e determinada que acaba tendo que se submeter por autopreservação e para proteção dos que ama. Mesmo nas vezes que ela cedeu, nunca consegui considerá-la fraca. Gostei muito de ver todas as vezes em que defendeu suas convicções e se rebelou como pôde. Não tem como não odiar o Doro a maior parte do tempo, mas até dele eu senti pena em alguns momentos. Um dos meus personagens preferidos foi o Isaac, acho que porque gostei de como ele via algumas coisas de maneira diferente e de como acabou se tornando uma espécie de "mediador" nessa interação Anyanwu-Doro.

O final acabou seguindo numa linha que eu não esperada e me deixou intrigada para saber o que me espera nos demais livros da série.