sábado, 30 de maio de 2020

Resenha: Vovó conta do que são feitas as coisas - Anna Maria Freire Endler (DLL20: livro que você não terminou)

Segunda resenha de maio pro Desafio Literário Livreando (DLL20), essa correspondente ao tema "um livro que você não terminou". Eu comecei a ler esse livro em fevereiro mas, apesar de ser curto (tem pouco mais de 110 páginas), acabei enrolando e não terminei de lê-lo na época. Resolvi aproveitar esse tema para tomar vergonha na cara e concluir a leitura.

Nesse livro, a física Anna Maria Freire Endler, para responder ao seu neto a pergunta "De que são feitas as coisas?", começa uma série de conversas sobre diversos assuntos da ciência como radioatividade, fusão e fissão nucleares, radiações e fótons, antimatéria, relatividade, entre outros.

Vemos no prefácio que a autora tem o "objetivo de apresentar com clareza os mais recentes conceitos de Física de Partículas Elementares" e eu acho que ela conseguiu. Apesar de ter lido devagar, eu tive uma experiência muito boa lendo esse livro. Me permitiu relembrar muitas das coisas que aprendi durante a graduação e pós-graduação, e ler um pouquinho sobre alguns conceitos que eu não estava familiarizada. Achei muito legal a abordagem que ela adotou, de descrever as conversas. Me diverti muito com os questionamentos e sonhos do Daniel.

A única coisa que me incomodou um pouco foram alguns erros de português que acabaram passando, de resto, gostei bastante da leitura. Deu pra matar um pouquinho a saudade de estudar Física de Partículas Elementares.

segunda-feira, 11 de maio de 2020

Resenha: Relatos de um gato viajante - Hiro Arikawa (DLL20: livro de autor japonês ou chinês)

Esta é a primeira resenha de maio pro Desafio Literário Livreando (DLL20). Quando vi esse tema no início do ano, pretendia ler um livro de uma série que já acompanho há alguns anos, mas tive a oportunidade de ingressar no projeto Lendo pelo Mundo (LPM), que na sua primeira edição contempla o Japão, e aproveitei a primeira leitura do LPM para o tema "um livro de autor japonês" do DLL.

Neste livro, depois de 5 anos de convivência, Satoru não pode mais cuidar do seu gato Nana e vai recorrer a ajuda de alguns amigos antigos para encontrar um novo lar para o seu companheiro. Assim começam as aventuras e os relatos desse gato viajante.

Claro que o Nana é apaixonante e tem uma maneira única de ver as coisas, mas confesso que o que mais me conquistou nesse livro foi a humanidade de todos os personagens. A autora conseguiu construí-los de forma muito real, com problemas, falhas, limitações, desafios e capacidade de superação. Acho que isso foi o que me conquistou, em parte, por eu ter me identificado um pouco com certas características de alguns deles e por ter conseguido me envolver na história a ponto de me solidarizar e sentir um pouco as emoções desses personagens. Como chorei lendo esse livro!

A cada viagem descrita em seus relatos, Nana tem a oportunidade de conhecer os amigos do seu dono e, mais do que isso, tem a oportunidade de conhecer mais sobre aquele que o acolheu. E Nana que me perdoe mas o Satoru é o meu personagem favorito nessa história. A cada relato, ao saber mais sobre a sua vida, fui me apaixonando cada vez mais por ele. Ao longo do livro, vemos também como é especial a ligação entre o Nana e o Satoru.

Citando algumas das características dos personagens que me identifiquei tem: a insegurança, o se comparar com o outro e o sentimento de culpa do Sugi, e as dúvidas e arrependimentos da Noriko que incluem o receio de ter tomado a decisão errada e de não ter sido boa o suficiente. Não vou me aprofundar nisso para não dar spoiler da história (talvez já tenha dado só um pouquinho), mas ler sobre a vida desses (e outros personagens) me levou a refletir sobre mim mesma.

Uma coisa que comentei no debate do LPM enquanto discutíamos sobre as atitudes de alguns personagens foi que viver é complexo, e acho que esse livro retrata bem isso.

Foi bem legal também ver no livro a manutenção dos laços de amizade, apesar da distância e do tempo. Acho melhor eu parar por aqui. Amei muito esse livro e recomendo demais a leitura!

(Confissão: chorei de novo escrevendo essa resenha)

Alguns dos meus trechos favoritos:

"O que mais a gente vai ver até o fim dessa viagem?"

"A verdade é que, se fosse possível mudar, eu queria ser uma pessoa como você."

"Nenhuma criatura vivente neste vasto mundo, fora os seres humanos, tenta se opor às leis divinas. Realmente, o ser humano é um bicho esquisito."