segunda-feira, 24 de agosto de 2020

Resenha: All the light we cannot see - Anthony Doerr (DLL: livro de autor não lido)

Terceira resenha de agosto pro Desafio Literário Livreando (DLL20). #rumoàscincoresenhas

Esse livro já estava na minha fila de leitura há algum tempo mas o grande incentivo pra eu finalmente lê-lo foi ter a companhia da minha amiga Ana Bárbara. Combinamos discussões semanais e isso tornou a experiência da leitura ainda melhor.

All the light we cannot see (Toda luz que não podemos ver) é um romance histórico que se passa na França ocupada pelos nazistas durante a Segunda Guerra Mundial e centra-se numa menina francesa cega (Marie-Laure) e num rapaz alemão (Werner) que acabam por se encontrar.

Eu não tenho o hábito de ler romance histórico e nem lembro de ter lido algum livro no contexto da Segunda Guerra mas, apesar de ter sido uma experiência nova pra mim, gostei muito na história. Muito mesmo. Me fez refletir um pouco sobre a realidade da época, e como este contexto afetava o dia-a-dia das pessoas.

O livro vai intercalando entre tempos diferentes para conhecermos um pouco a história dos personagens, entender como eles chegaram no ponto em que começa a história, e como fiquei encantada com a trajetória de Marie-Laure e de Werner. O amor familiar é algo que vemos nos dois casos. Gostei muito de ver a relação que Werner tem com a sua irmã Jutta e a preocupação que eles têm um pelo outro. Também fiquei encantada por ver o cuidado que o pai de Marie-Laure tem por ela, o esforço que fez para que ela fosse independente, ensinando-a ele mesmo o braille e ajudando-a a se localizar com mais facilidade. A paixão que Marie-Laure tem pelas histórias de Julio Verne me deixaram com vontade de ler seus livros também. Melhor não falar muito sobre eles senão essa resenha vai ficar muito extensa. Fiquei completamente apaixonada por esses dois e também por alguns outros personagens cativante que aparecem no livro.

Claro que não é uma história que só tem alegria, uma vez que retrata um período de guerra, então, prepare-se pra isso. Eu não resisti e chorei. Enfim, foi uma excelente leitura e é um livro que eu super recomendo!

Alguns dos meus trechos favoritos (com tradução livre):

"What do we call visible light? We call it color. But the electromagnetic spectrum runs to zero in one direction and infinity in the other, so really, children, mathematically all of the light is invisible."
(O que nós chamamos de luz visível? Nós chamamos de cor. Mas o espectro eletromagnético vai do zero em uma direção ao infinito na outra, então realmente, crianças, matematicamente toda luz é invisível.)

"You know the greatest lesson of history? It's that history is whatever the victors say it is. That's the lesson. Whoever wins,  that's who decides the history. We act in our self-interest. Of course we do. Name me a person or a nation who does not. The trick is figuring out where your interests are."
(Vocês sabem a maior lição da história? É que a história é o que quer que os vitoriosos digam que ela seja. Essa é a lição. Quem quer que ganhe, este é quem decide a história. Nós agimos em nosso próprio interesse. Claro que o fazemos. Diga-me uma pessoa ou nação que não o faça. O truque é descobrir onde estão seus interesses.)

"There is only chance in the world, chance and physics."
(Existe apenas o acaso no mundo, acaso e física.)

"Why else do any of this if not to become who we want to be?"
(Por que mais fazer isso se não para se tornar quem queremos ser?)

"Open your eyes and see what you can before they close forever."
(Abra seus olhos e veja o que puder antes que eles fechem para sempre.)

"Don't you want to be alive before you die?"
(Você não quer estar vivo antes que você morra?)

"See obstacles as opportunities, Reinhold. See obstacles as inspirations."
(Veja os obstáculos como oportunidades, Reinhold. Veja os obstáculos como inspirações.)

"You must never stop believing. That's the most important thing."
(Você nunca deve deixar de acreditar. Esta é a coisa mais importante.)

"A line comes back to Marie-Laure from Jules Verne: Science, my lad, is made up of mistakes, but they are mistakes which it is useful to make, because they lead little by little to the truth."
(Uma linha de Julio Verne volta a Marie Laure: Ciência, meu rapaz, é feita de erros, mas são erros que são úteis de cometer porque eles levam pouco a pouco a verdade.)


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